Para reflectir
“Eis uma coisa que não se pode dizer de José Mourinho. Ele é o verdadeiro exemplo do ganhador, de alguém que, acima de tudo, está ali para ganhar – sempre, se possível. Ao contrário de Adriaanse, Mourinho estuda os adversários ao detalhe e para cada jogo tem uma estratégia montada, a qual tem o dom de antecipar quase sempre o que o adversário vai fazer em cada situação. É por isso que ele vence tantas vezes: porque é um perfeccionista, um profissional completo, um viciado na vitória.
Mas há um reverso da medalha, como há sempre. Um, é que Mourinho tem dificuldade em saber perder. O outro é que, quando não há fantasistas na equipa, o futebol dele, se bem que continue vencedor, fica como o futebol do Chelsea: terrivelmente previsível e aborrecido, «industrializado», como alguém o definiu há dias. Já aqui escrevi há tempos que tenho a convicção de que o FC Porto de Mourinho venceria tranquilamente o Chelsea de Mourinho.
Esta semana, o Barcelona de Ryjkaard e de Ronaldinho, Deco, Messi e Eto’o, destroçou por completo o futebol científico e sem alma do Chelsea. E só não o esmagou, porque na baliza dos londrinos está um dos três melhores guarda-redes do Mundo. Ainda bem para o futebol, porque o que o Barcelona foi dizer a Stamford Bridge é que o talento, o génio e o improviso ainda são armas determinantes neste jogo.
Mas há um reverso da medalha, como há sempre. Um, é que Mourinho tem dificuldade em saber perder. O outro é que, quando não há fantasistas na equipa, o futebol dele, se bem que continue vencedor, fica como o futebol do Chelsea: terrivelmente previsível e aborrecido, «industrializado», como alguém o definiu há dias. Já aqui escrevi há tempos que tenho a convicção de que o FC Porto de Mourinho venceria tranquilamente o Chelsea de Mourinho.
Esta semana, o Barcelona de Ryjkaard e de Ronaldinho, Deco, Messi e Eto’o, destroçou por completo o futebol científico e sem alma do Chelsea. E só não o esmagou, porque na baliza dos londrinos está um dos três melhores guarda-redes do Mundo. Ainda bem para o futebol, porque o que o Barcelona foi dizer a Stamford Bridge é que o talento, o génio e o improviso ainda são armas determinantes neste jogo.
A sangue-frio José Mourinho tinha obrigação de o ter reconhecido e ter cumprimentado o adversário. Desculpar-se com a expulsão de Del Horno e atacar o árbitro foi uma atitude de mau perdedor. Primeiro, porque o Del Horno foi muito bem expulso, pela simples razão de que, não conseguindo aguentar mais a tourada que o Messi lhe estava a dar, resolveu ver se o arrumava de vez. E, segundo, porque antes e depois da expulsão de Del Horno, a superioridade do Barcelona foi tão flagrante, a qualidade e beleza do seu jogo tão superiores, que qualquer outro desfecho seria uma tremenda injustiça. Resta a Mourinho provar em Camp Nou que o Chelsea é mais do que uma equipa quase vulgar, com um grande treinador.”.
Miguel Sousa Tavares – A Bola, 28 de Fevereiro de 2006
Miguel Sousa Tavares – A Bola, 28 de Fevereiro de 2006
Comentários
Eu se fosse o Mourinho já me sentiria enfadada no Chelsea. Que há de novo para inventar lá? Nada que lhe retribua com o mesmo sumo emocional que no FC Porto.
Um Manchester ou um Real Madrid fazia-lhe melhor...
Mourinho precisa de facto ganhar algo maior no Chelsea antes de deixar o clube. Acho mesmo essa necessidade premente, antes q caia em desgraça... ou então sair para um clube maior e já no final desta época. Penso q a continuar assim desgastará a sua imagem e o fascínio que desde o início exerce sobre a Imprensa mundial acabará por esfumar-se. É que as pessoas só suportam a arrogância dele porque ele é um vencedor. É como em tudo na vida.
Sara
Fantástico mesmo.
Mourinho 4 ever :)