Baía ou Helton?

Voltou a cair o Carmo e a Trindade quando o teimoso treinador holandês do FC Porto (Adriaanse) substituiu Vítor Baía por Helton. À semelhança do que aconteceu com Jorge Costa, os meios de Comunicação Social não perdoam nada ao treinador e à estrutura portista. Parece-me que o treinador mudou a equipa porque o Porto perdeu na Amadora. Foi coerente porque a última grande revolução (a primeira de duas) aconteceu precisamente depois da primeira derrota interna (no Dragão com o Benfica). Concordemos ou não, Adriaanse foi contratado para tomar decisões e a realidade é que o FC Porto é líder no campeonato.

Antes desta alteração, a crítica clamava por uma oportunidade para Helton. Todos ficavam incomodados por verem um guarda-redes de qualidade ser o eterno suplente de Baía. Agora que teve a sua oportunidade, todos mudaram de opinião. Helton tem valor para ser o titular e Baía é um símbolo do clube, com um palmarés único. Qualquer um tem legitimidade e valor para ocupar a baliza do FC Porto. A mudança operada pelo treinador não é criticável. Criticável é o timming escolhido para a fazer. Baía ia cumprir o jogo 400 no campeonato e não devia ter saído da equipa depois de sofrer um “frango”. Saiu fragilizado. A ideia que ficou é que ao mínimo erro, Adriaanse pune sem olhar a nomes, quando na verdade Vítor Baía foi mais vezes o salvador do que o culpado. Esteve mal Adriaanse no timming escolhido para esta alteração. Faltou bom senso.

Quanto ao resto, vi Quim ser substituído por Moretto e o alarido na Comunicação Social não existiu. Vi Beto (capitão e símbolo do Sporting) sair porque queria jogar e a mesma Comunicação Social tocou ao de leve no assunto. Os casos Jorge Costa e Baía, em tudo semelhantes aos dois que referi, tiveram um tratamento diferente. Mas nisso, também o FC Porto tem algumas culpas porque o blackout continua a vigorar e nem o clube se defende convenientemente, nem a opinião pública sai esclarecida.

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