O meu parceiro da sueca
Nas ocasiões festivas, sobretudo no Natal e no Ano Novo, existe o velho hábito de jogar cartas. Normal. Quatro homens da família juntam-se, arruma-se a mesa, procuram-se as cartas, contam-se para termos a certeza de que o baralho está completo. Arranja-se papel e esferográfica para a contabilidade das vitórias e já não é preciso mais nada.
Nesta altura, antes do jogo começar, o meu avô diz: "Eu jogo com o Bruno". E pronto, o meu parceiro da sueca é o meu avô. Não me lembro de jogar à sueca com outro parceiro que não o meu avô. Como também não me vou esquecer que no último Natal formámos dupla e ganhámos sem qualquer hipótese para a dupla adversária. No caso, o meu pai e o meu tio. Na verdade, praticamente existe um tratado, um protocolo escrito em que sempre que existam cartas sobre a mesa, o mais novo e o mais velho da família jogam juntos e dão uma lição aos outros dois. Mesmo perdendo em partidas. Porque o que conta é tratar bem as cartas, respeitar o jogo nas mãos. E isso, juntos, nós sabemos fazer.
Ontem perdi o meu parceiro da sueca. Mesmo assim terei de continuar a jogar cartas porque sei que o meu parceiro quer que assim seja. Sem desprimor para o meu próximo parceiro, a sueca nunca mais será a mesma. Mas irei a jogo.
Fecha-se um capítulo mas a história continua. Com mais uma memória a juntar às bolachas com queijo da minha avó. Junto o meu parceiro da sueca e a vitória estrondosa do último Natal. Para sempre.
Nesta altura, antes do jogo começar, o meu avô diz: "Eu jogo com o Bruno". E pronto, o meu parceiro da sueca é o meu avô. Não me lembro de jogar à sueca com outro parceiro que não o meu avô. Como também não me vou esquecer que no último Natal formámos dupla e ganhámos sem qualquer hipótese para a dupla adversária. No caso, o meu pai e o meu tio. Na verdade, praticamente existe um tratado, um protocolo escrito em que sempre que existam cartas sobre a mesa, o mais novo e o mais velho da família jogam juntos e dão uma lição aos outros dois. Mesmo perdendo em partidas. Porque o que conta é tratar bem as cartas, respeitar o jogo nas mãos. E isso, juntos, nós sabemos fazer.
Ontem perdi o meu parceiro da sueca. Mesmo assim terei de continuar a jogar cartas porque sei que o meu parceiro quer que assim seja. Sem desprimor para o meu próximo parceiro, a sueca nunca mais será a mesma. Mas irei a jogo.
Fecha-se um capítulo mas a história continua. Com mais uma memória a juntar às bolachas com queijo da minha avó. Junto o meu parceiro da sueca e a vitória estrondosa do último Natal. Para sempre.
Comentários
Um abraço forte para ti e para todos os teus, com muita força para continuarem a ir a jogo.
Força.
Obrigado pela força.
Acho que, com ela, disse tudo.
Muita força.
RB