Numa janela
Pela janela olho a chuva lá fora. O vidro está cheio de pequenas gotas que vão caindo, aos poucos, tal qual lágrimas a descer por um rosto triste. Vejo carros a circularem calmamente, como noutro domingo qualquer, as pessoas que fogem do mau tempo, sob capas e guarda-chuvas. Vejo árvores a fazerem vénias e folhas esvoaçando indefinidamente.
Apressadas seguem as pessoas que não conseguiram abrigo. Desesperadas por um local acolhedor onde possam fugir das agruras do tempo. Um casal caminha abraçado pelo passeio, dividindo o guarda-chuva e a vontade de contrariar a chuva e o vento. Como se o abraço partilhado ficasse transformado no local mais acolhedor de todos os demais. Nenhuma tempestade é capaz de abalar aquele momento. Só deles.
Um pássaro voa perdido por entre as árvores despidas. Sozinho consegue mostrar toda a sensação de liberdade que deve existir. Batendo as asas sob um céu cinzento ameaçador faz-me viajar para lá dos destinos imaginários. Faz dos sonhos, realidades, das incertezas, convicções. Permite soltar um sorriso tímido, mas sentido.
Da janela vejo o sol que por vezes quer espreitar. A chuva, o vento e o mau tempo servem como vendaval purificador dos dias maus. Porque depois desses dias chegam sempre dias melhores.
Apressadas seguem as pessoas que não conseguiram abrigo. Desesperadas por um local acolhedor onde possam fugir das agruras do tempo. Um casal caminha abraçado pelo passeio, dividindo o guarda-chuva e a vontade de contrariar a chuva e o vento. Como se o abraço partilhado ficasse transformado no local mais acolhedor de todos os demais. Nenhuma tempestade é capaz de abalar aquele momento. Só deles.
Um pássaro voa perdido por entre as árvores despidas. Sozinho consegue mostrar toda a sensação de liberdade que deve existir. Batendo as asas sob um céu cinzento ameaçador faz-me viajar para lá dos destinos imaginários. Faz dos sonhos, realidades, das incertezas, convicções. Permite soltar um sorriso tímido, mas sentido.
Da janela vejo o sol que por vezes quer espreitar. A chuva, o vento e o mau tempo servem como vendaval purificador dos dias maus. Porque depois desses dias chegam sempre dias melhores.
Comentários
em tudo o que escreves está subjacente tristeza, saudade...
ou estarei enganada?
pelos sintomas, parece que sofres da mesma doença que eu. :-(
É só mesmo a escrita que é triste e saudosista. Acho que na maior parte das vezes quem escreve é um fingidor.
Mas penso que não estou enganado...
Muito embora tenha que concordar contigo, que na maior parte das vezes quem escreve é a fingir, penso, tenho quase a certez, que existe um desgosto de amor nessa tristeza toda...