A sala

Quando reentrei naquela sala, senti-me viajar no tempo. Regressei ao passado por entre o ruído de fundo e a agitação própria daqueles dias especiais. Os espaços estavam totalmente preenchidos naquela que agora é uma sala vazia. Mas ainda lhe sinto o cheiro das tarde e noites de natural vivacidade. Visualizo a disposição da mobília, a mesa com as cadeiras e os lugares onde as pessoas habitualmente se sentavam.

Num suspiro seco, revejo tal e qual a forma como tudo se passou. Desde as gargalhadas, os desentendimentos também, sem esquecer os temas, um por um, de quase todas as conversas tidas e palavras ditas naquela sala. Tinha direito a lareira, sonos mal dormidos e um calor que provavelmente jamais voltarei a sentir.

Liberto um tímido sorriso. Como é diferente todo este espaço. Morreu de uma determinada forma, mas ainda vive nas memórias dos dias que acabaram. Neste momento, isso chega-me...

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