Soneca
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Pelo sim, pelo não resolvi sentar-me e esperar. Ao meu lado estava um senhor, muito moreno e anafado, barriguinha de trigémeos (que se escreve sem hífen, segundo a Sofia), a dormir o mais belo dos sonos. Respiração acelerada, para não dizer a ressonar, e num sono tão profundo como se estivesse a meio da noite e não tivesse de acordar cedo para ir trabalhar no dia seguinte. Na mão esquerda segurava um bilhete de identidade e um vale.
Pensei, talvez tenha cá vindo só dar uma volta e acabou por achar o banquinho confortável. Ou isso ou então tem a senha número 550 e resolveu descansar um pouco até chegar a vez dele. Ainda assim, pode ser que acabe por perder a vez. Tal como previa, o atendimento foi seguindo a um rimo rápido porque os números passavam e as pessoas não se levantavam com a respectiva senha. Provavelmente outros estariam a dormir, mas com os olhos abertos. Melhor.
Passados uns minutinhos, o meu companheiro de espera deu um salto no banco. Acordou, olhou para a televisão e disse: "Ui!?!?!". Levantou-se rapidamente, fresquinho como uma alface depois da bela soneca, e lá foi ele tentar a sua sorte, explicando ao funcionário dos CTT que nem tinha reparado que a vez dele tinha passado. Pudera...estava a dormir!
Conclusão: quando forem a uma Estação dos Correios tirem várias senhas porque os bancos de espera são muito confortáveis e fazem adormecer...
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bj