Desculpas

Em Portugal temos um péssimo hábito (entre outros) que é inventar justificações, procurar fantasmas ou encontrar algo que seja pior ainda do que a realidade que nos apresentam. O recente afastamento de Nani do Mundial é um exemplo claro disso mesmo. Não nos parece suficientemente mau que o jogador seja afastado por uma lesão na clavícula.

Como ninguém quer acreditar que o jogador que estava em melhor forma e que prometia um grande Mundial possa perder a prova por lesão, precisamos de recorrer à imaginação, fértil, diga-se, para criar os tais fantasmas. E as versões proliferam, cada uma pior do que a outra. Existem os que dizem que Nani foi apanhado na companhia de alguém do sexo oposto no quarto do hotel. Outros que foi apanhado nas malhas do doping nos controlos realizados pelos médicos da Selecção. Pouco faltará para que alguém diga que Nani tinha um caso amoroso com Cristiano Ronaldo e teve de ser afastado para não distrair o ex-melhor do mundo.

No meio disto tudo, as declarações de Nani à chegada a Portugal, as parcas explicações dadas por Queiroz sobre o assunto e a falta de uma declaração por parte da equipa médica da Selecção ajudaram a criar este clima de desconfiança e de descontrolo informativo. Quero continuar a acreditar que uma lesão na clavícula afastou Nani do Mundial da África do Sul. E quero que amanhã Portugal entre a ganhar frente à Costa do Marfim. Isso é que é o mais importante e aquilo que deveria preocupar todos os portugueses neste momento. Promovendo a união e não o contrário.

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