Estes dois dias
É um lugar comum ouvir-se ou ler-se que a vida são dois dias. Por passar rápido, ser um conjunto de experiências em doses descontroladas, traduzidas em ensinamentos que fazem avançar. Nasce-se sem a consciência daquilo ao que se vem e onde tudo termina. Sem se escolher cá chegar e partir sem pedir permissão. Depois de lançados os dados, cumpridas as primeiras casas do tabuleiro, todos escolheriam ficar por cá a jogar sem tempo definido.
Agarrados às ambições, aos projectos de vida, seguem-se as estradas. A realização pessoal, a profissional, a independência financeira e os objectivos materiais. Conhecer o mundo e as pessoas que entram e saem consoante as fases da vida. Num "adeus" e "até já" repetitivo. Até que um azar se cruza, uma doença se mostra, uma falha se apresenta derradeira. E todo o mundo, aquele nosso mundo, se desmorona. Aí reside a noção de fim. De que afinal o tempo é curto, feito de dias contados. Uma tremenda contagem decrescente, sem parar, sem tréguas, rígida. Há sempre uma infinidade de coisas por fazer. De conversas que faltaram iniciar, de discussões parvas a evitar, de problemas que nunca chegaram a ser verdadeiras dores de cabeça. Só por birra e orgulho excessivo existiram. E para quê? Quando tudo se esfuma num estalar de dedos.
Um dia a vida, tal e qual a conhecemos, chega ao fim. De forma abrupta, talvez demasiado cedo na maior parte dos casos. Longe dos tempos em que o fim se conhecia em casa, no próprio leito, acompanhado dos familiares mais próximos. Uma longínqua visão romântica não compadecia com a insensibilidade dos tempos modernos. O destino prega partidas mesmo quando existem planos de felicidade a longo prazo. E os dias ficam ainda mais curtos. Por isso, estes dois dias são para não nos levarmos demasiado a sério.
Estes dois dias são para descobrirmos as pessoas que nos fazem falta e nos partilharmos com elas. Estes dois dias são para nos apaixonarmos pelos momentos, pelas paisagens, pelas pequenas conquistas. Estes dois dias são para garantirmos a nossa tranquilidade interior e deixar uma marca, por pequena que seja, representativa da forma única como os vivemos. Em algo que cá fique para além da nossa própria existência.
Agarrados às ambições, aos projectos de vida, seguem-se as estradas. A realização pessoal, a profissional, a independência financeira e os objectivos materiais. Conhecer o mundo e as pessoas que entram e saem consoante as fases da vida. Num "adeus" e "até já" repetitivo. Até que um azar se cruza, uma doença se mostra, uma falha se apresenta derradeira. E todo o mundo, aquele nosso mundo, se desmorona. Aí reside a noção de fim. De que afinal o tempo é curto, feito de dias contados. Uma tremenda contagem decrescente, sem parar, sem tréguas, rígida. Há sempre uma infinidade de coisas por fazer. De conversas que faltaram iniciar, de discussões parvas a evitar, de problemas que nunca chegaram a ser verdadeiras dores de cabeça. Só por birra e orgulho excessivo existiram. E para quê? Quando tudo se esfuma num estalar de dedos.
Um dia a vida, tal e qual a conhecemos, chega ao fim. De forma abrupta, talvez demasiado cedo na maior parte dos casos. Longe dos tempos em que o fim se conhecia em casa, no próprio leito, acompanhado dos familiares mais próximos. Uma longínqua visão romântica não compadecia com a insensibilidade dos tempos modernos. O destino prega partidas mesmo quando existem planos de felicidade a longo prazo. E os dias ficam ainda mais curtos. Por isso, estes dois dias são para não nos levarmos demasiado a sério.
Estes dois dias são para descobrirmos as pessoas que nos fazem falta e nos partilharmos com elas. Estes dois dias são para nos apaixonarmos pelos momentos, pelas paisagens, pelas pequenas conquistas. Estes dois dias são para garantirmos a nossa tranquilidade interior e deixar uma marca, por pequena que seja, representativa da forma única como os vivemos. Em algo que cá fique para além da nossa própria existência.
Comentários