Para trás e para a frente

Aqui na rua existe um senhor, com os seus 70 anos, que todos os dias passeia para trás e para a frente entre os prédios e as ruas aqui perto. Quase indiferente ao que o rodeia, passeia-se, de manhã à noite, cantando, falando sozinho, por vezes, usando vernáculo. Sempre sozinho. Apenas a bengala, de madeira, nunca apoiada no chão e balançando, na mão, suspensa. Os dias que passam indiferentes, não são os mesmos sem os passos curtos, demorados, do senhor do chapéu, às vezes gorro, de Inverno, ou sem nada, quando lhe apetece. E somente tudo o que lhe apetece. No caminho diário pelas horas, muitas horas contadas. Hoje tinha algo diferente. Na mão que segura a bengala, um pequeno saco azul. O lanche. Penso. E nada melhor do que estar prevenido. Mesmo quando a alegria passa por caminhar sem destino, todos os dias de igual forma.

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